segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Incorporação


A “Incorporação” se dá através da utilização do(s) chacra(s) do médium pela entidade. De certa forma poderíamos comparar à uma espécie de “osmose’ entre entidade e médium. Ou como dizem alguns, as entidades irradiam energias sobre determinados chacras de forma a controlar em maior ou menor grau de consciência (Numa variação de controle que vai em média de 30% a 80% segundo algumas fontes), tomando assim do sistema fônico,mental e da parte motora do médium, e se faz uso para seu trabalho.
Sabe-se que as entidades desencarnadas precisam de algo que somente o ser encarnado possui, o ectoplasma. E é dele que se utilizam para suas comunicações e trabalhos. A grande maioria das incorporações são do tipo semi-conscientes em maior ou menos grau de consciência por conta do tipo de médium/entidade/trabalho a ser feito e também, porque não mencionar da paciência de cada um. E que as mediunidades do tipo totalmente inconscientes estão diminuindo cada vez mais.
A cumplicidade é fundamental para melhoria das relações entre médium e entidades e para as resultantes de seus trabalhos, sendo um trabalho de dois, tenhamos nós médiuns uma co-responsabilidade  para com aquilo que for dito ou feito pelas entidades, já que fazem uso do nosso mental e do nosso corpo. E se para se ter uma boa ligação mediúnica é necessário a participação de dois, então para se interromper ou frear uma comunicação indevida , supõe-se que a interferência de um, altere o equilíbrio geral e de alguma forma possa interromper ou reajustar o rumo da comunicação. É o que vulgarmente se chama de “morder a língua” da entidO certo é que apesar de ser confuso no início do desenvolvimento, deixando dúvidas e incertezas em médiuns, temos que considerar algumas situações: o corpo utilizado pelas entidades, pertence ao médium, logo , deve ser utilizado pelas mesmas com respeito e cuidado; as situações a que se expõem involuntariamente em alguns casos os médiuns inconscientes não tem lógica de acontecer com os que não o são, a menos que esses dêem sua permissão – já vi entidades de médiuns inconscientes fazerem coisa com seus corpos que jamais permitiria que fizessem com o meu; o fato de ser semi-consciente já dá ao médium a idéia da co-responsabilidade que ele tem para com o que está sendo feito; é uma ótima fonte de aprendizagem , pois permite ao médium aprender com os ensinamentos passados pelas suas entidades, aos consulentes e deles aproveitar boa parte para seu próprio desenvolvimento; leva o médium a estudar e aprender mais para compartilhar com suas entidades esses conhecimentos ( que elas utilizam de seu mental) de forma a melhorar e ampliar as consultas. É chato ser consciente, nos deixa inseguros, vigilantes sobre nós mesmos, responsáveis  pelos resultados, sem a desculpa deliciosa de não ver e não saber, ou seja não ter nada a ver com o assunto, sem poder jogar a culpa no outro, coisa, aliás, muito humana.ade( ou seja a nossa mesma).
O Astral Superior, com certeza sabe aquilo que é melhor para cada um. Creio que a tendência é que tenhamos cada vez menos fenômenos físicos, daqueles que foram necessários para provar a existência dos espíritos e cada vez menos dos médiuns inconscientes, o que forçará os médiuns a participar com algo mais que seu corpo, seu tempo e sua boa vontade Terão que participar com a mente, o espírito e a responsabilidade. Terão que estudar e evoluir, sem direito às desculpas referentes à ignorância do que ocorre, seja espiritual, seja cultural/intelectual. È uma maneira de forçar o ser a evoluir. Nós evoluímos, as nossas entidades também, nada é estático, por isso devemos perceber que muitas mudanças já ocorreram. Mudaram-se os tipos de problemas que o ser humano tem, também mudaram as necessidades básicas que levam os consulentes ao centro. As entidades se atualizam, seja através do mundo astral e/ou do conhecimento material que recebem/percebem através do mental de seus aparelhos. 
Enfim, não temos o direito de dizer se este ou aquele médium é ou não consciente, essa é uma decisão que pertence à espiritualidade e, quem sabe, fez parte da escolha de cada um antes de retornar da pátria espiritual.
O que realmente podemos fazer é cuidar muito bem de nossas responsabilidades mediúnicas e auxiliar nossos irmãos, seja qual for seu tipo de mediunidade a caminhar e cumprir suas missões, se não conseguirem compreender o todo, ao menos que possam sentir-se o melhor possível, o mais confortados e apoiados em suas jornadas. Mediunidades, entidades, médiuns, não há que se dizer que esse é melhor que aquele, até porque esse é um julgamento que não nos pertence.


sábado, 7 de janeiro de 2012

7ª. LINHA: OXALÁ


É a fusão de todas as outras. As legiões de Oxalá são a sétima e última falange de todas as Linhas já vistas anteriormente. É responsável pela integração das demais. Coordenadora, sendo a manifestação cósmica do céu, da terra, da luz e da energia, da paz e do amor. Suas falanges são:
1. Falange de Ogum Delê (Ogum)
2. Falange de Xangô Djacutá (Xangô)
3. Falange do Caboclo Urubatã (Oxóssi)
4.Falange da Cabocla ou Sereia Janaína (Iemanjá)
5. Falange de Cosme (Yori)
6. Falange do Povo de Bengala (Yorimá)
7. Falange dos Caboclos de Oxalá Lembramos que os Caboclos de Oxalá dificilmente incorporam, sendo os responsáveis pela coordenação das demais falanges e da missão que cada guia-chefe assume perante a Umbanda. Ervas: são o tapete-de-oxalá (boldo), mariô, folhas de limoeiro, manjericão, erva-cidreira, trevo e café.



6ª. LINHA: YORIMÁ

Seu nome significa a lei na aplicação da vitalidade saindo da luz. É a linha do aprendizado a duros custos, da compreensão das aflições, valorizando as lições da vida. É a prática da caridade teórica, da humildade adquirida sob as mais cruéis provações. São aqueles que ensinam que, mesmo mergulhados no erro, ainda há esperanças. São os Pretos-Velhos.
1. Falange do Povo da Costa (Rei Cambinda) Cruzam-se com Iemanjá e ensinam que, através da resignação das provas, haverá o resgate das dívidas do passado. Consolam e auxiliam os sofredores, com muito amor. Suas oferendas são entregues nas praias.
2. Falange do Povo de Congo (Rei Congo) Com Yori conseguem a energia pura e infantil dessa falange que, transformada, vence a dor e traz a alegria. Junto a sua oferenda vai uma vela rosa oferecida às crianças.
3. Falange do Povo de Angola (Pai Joaquim) Libertam os escravos de hoje, presos aos vícios, maldades e erros, despertando-os para a vida, por meio de esclarecimentos ou ritos. Vibram nas matas e sua vela será roxa, a cor mística por excelência.
4. Falange do Povo da Guiné (Pai Guiné) Possuem o conhecimento das calungas (grande, o mar; pequena, o cemitério), profundos conhecedores da magia e da sabedoria para a cura de todos os males. Recebem suas oferendas no cruzeiro do cemitério ou na beira do mar.
5. Falange do Povo de Moçambique (Pai Jerônimo) Trabalham na lei do livre-arbítrio (ou da livre escolha), com fins de inspirar a libertação do indivíduo durante sua vida terrena. Vibram na mata, sobre pedras em especial, ou nos lugares abertos nesse local, próprios ao repouso e à oração.
6. Falange do Povo de Luanda (Pai José) Combatem demandas, fazem cumprir rigorosamente os rituais e trabalham muito na caridade, sendo exigentes, mas muito bondosos. Recebem suas oferendas no cruzeiro de cemitério.
7. Falange de Bengala (Pai Tomé) Por terem sofrido muito na Terra, compreendem as misérias humanas, trabalham na busca da paz, da fraternidade e estimulam a caridade. Vibram nas colinas abertas e floridas.





5ª. LINHA: YORI


Yori quer dizer “Vitalidade saindo da luz”. É formada pelas entidades que, por opção, quiseram manter a forma infantil, algumas já em preparo para uma reencarnação próxima. Onde for necessária uma vibração dirigida à alegria, à fraternidade e à comunhão, lá estará a Linha de Yori que, por essa bela qualidade, domina as energias mais sublimes do plano espiritual.
1. Falange de Tupanzinho (Idolu ou Idossu) São entidades que vibram na Linha de Oxóssi, protegendo os lenhadores e animais. Gostam, nas oferendas, de apetrechos indígenas bem enfeitados, fitas verdes e vela rosa.
2. Falange de Doum São entidades que nasceram no período do cativeiro como Doum, eram filhos de mãe indígena e pai africano. Auxiliam os tratamentos médicos, protegendo os profissionais da saúde e os enfermos, proporcionando mais integração entre ambos. Cruzam-se com a Linha de Yorimá (dos Pretos-Velhos) e aceitam suas oferendas em jardins e praças.
3. Falange de Alabá Cruzam-se com Ogum, Oxumarê e Iemanjá. Da vibração dos três Orixás, recebem condição de trabalhar com os militares, dando coragem e piedade aos que usam farda. Suas oferendas são próximas a cachoeiras, pois as cores do arco-íris atraem muito essa falange.
4. Falange de Dansu Espalham-se nos dias de tormenta, com fins de proteger adultos e crianças nesses dias, trabalhando também para Xangô. Gostam de fitas marrons e até seixos rolados em suas bandejas, entregues nas pedras de cachoeiras.
5. Falange de Sansu Legião de entidades que se apresentam como meninas, distribuidoras de ternura, vinda de Deus. Trabalham cruzadas com Iemanjá. Devem ser entregues a elas: conchinhas e estrelas-do-mar, na beira da praia, junto com os outros itens da oferenda.
6. Falange de Damião Cruzam-se com Cosme e Doum, cuidando das crianças do espaço, ou seja, das entidades recém-desencarnadas ainda crianças, de grande poder de cura. Vibram, de preferência, nas praias e jardins, seu lugar para a entrega de oferendas.
7. Falange de Cosme São eles que detêm a responsabilidade da guarda das crianças recém-desencarnadas na Linha de Oxalá. Com o qual cruzam. Alimentam-nas com fluidos delicados, chamados de “mel”, ou, talvez, os fluidos extraídos desse alimento.

4ª LINHA: IEMANJÁ


Nessa falange, na Umbanda, trabalham todas as Iabás (Senhoras dos Rios), agrupadas com os nomes de janaínas, caboclas ou sereias. Sua missão é trabalhar diretamente com a força emotiva por meio dos sentimentos de maternidade, misericórdia e amor.
1. Falange da Sereia do Mar Entidades que assumem formas encantadas, residindo em todo o elemento água. Possuem total domínio sobre as energias desse meio. Aceitam as tradicionais oferendas a Iemanjá, entregues para serem levadas ao fundo dos mares, lagos ou rios.
2. Falange da Cabocla Iara Dominam a força nascida do encontro das águas doces e salgadas, muito ligadas ao Orixá Ogum. É também o nome das entidades chefes da falange conhecidas como Caboclas do Rio. São alegres e juvenis. Sua vela será azul clara e uma verde, vermelha e branca, para Ogum.
3. Falange da Cabocla Nana A Cabocla Nana Burucum é chefe da falange das Ondinas. Suas entidades trabalham na beira das fontes e trazem uma vibração capaz de proporcionar paz e compreensão nos lares. Protegem as actividades ligadas ao ensino, como o magistério. Sua vela será clara e lilás, ao Orixá Nana.
4. Falange da Cabocla Iansã A Cabocla Iansã representa o Orixá com o mesmo nome, junto à Iemanjá. Trabalha sob os fortes temporais e chuvas, forças essas capazes de proporcionar grande resistência nas dificuldades da vida. Aceitam velas azuis-claras e vermelha e branca ao Orixá Iansã. Podendo ser entregues junto às oferendas de Xangô nos bambuzais ou na beira de cachoeiras, longe da queda d’água.
5. Falange da Cabocla Oxum As energias do amor puro e da luz que irradia sobre as cachoeiras são a matéria-prima para suas atividades, ligadas à Iemanjá. Através de sua falange, os fluidos benfeitores são trazidos através das “águas espirituais”, ou seja, o prana ou fluido cósmico universal. Sua vela será azul-clara e amarela, dedicada ao Orixá Oxum.
6. Falange da Cabocla Indaiá Sua falange é das Caboclas do Mar, ligadas a Yori, ou seja, a Falange de Cosme e Damião. Absorvem energias de vários elementos e transmutam na energia alegre e vibrante das crianças. Suas velas serão azuis-claras e rosas.
7. Falange da Cabocla ou Sereia Janaína Estão sob sua guarda a força do amor conjugal e da procriação. Ligam-se muito ao Orixá Oxalá. Suas velas serão azuis claras e brancas.

3ª. LINHA: OXÓSSI


Toda a parte doutrinária e evangélica, com fins de trazer fé às almas desgarradas no mal, interferindo nos males psíquicos e físicos, pertencem a essa falange. Daí, por trazer as almas ao caminho do bem, Oxóssi é chamado de caçador de almas. Rege também a disciplina e obediência.
1. Falange dos Caboclos Peles-Vermelhas Excelentes doutrinadores, com grande sabedoria, pertencem a antigas civilizações indígenas (maias, astecas, incas, etc). Falam estranhos “dialetos” quando “descem”. Nessa falange, entre os itens básicos que citaremos adiante, entram incenso queimado, folhas de alecrim e alfazema frescas.
2. Falange do Caboclo Araribóia Como Oxóssi é caçador, é ele que coordena, na vida material, o trabalho, com o objetivo de trazer recursos à mesa. Por isso, essa falange se dedica a proteger aos injustiçados no seu direito de sustento e sobrevivência de suas famílias, vibrando nas matas das montanhas. Gostam de flores variadas.
3. Falange da Cabocla Jurema Formada por entidades meigas, amorosas, traz os recursos da Natureza e os transformam em energias vitais próprias a serem utilizadas em purificação de locais, pessoas e na medicina espiritual, aos serviços de Oxóssi e Ossãe. Gostam de muito mel nas oferendas, fitas coloridas, menos o preto.
4. Falange dos Caboclos Guaranis São guerreiros. Defendem as matas, junto a Ogum Rompe-Mato. Onde os guaranis estão, impõe a paz, daí serem chamados de “Falange da Paz”. Nunca recebem mel em suas oferendas.
5. Falange dos Caboclos Tamoios Humildes e pacientes, são eles os conhecidos “domadores de feiticeiros” ou “bumba na calunga”, vencendo a feitiçaria. Trazem as almas ao bem, daí serem os “caçadores de almas”, na atribuição legítima das falanges de Oxóssi. A ela pertencem Muiraquitã e Grajaúna. Apreciam folhas de arruda em suas oferendas, guiné, rosas de qualquer cor e muito mel.
6. Falange dos Caboclos Tupis São os conhecidos Tatauys, conhecidos por serem muito ágeis, bons caçadores, muito brincalhões. Apreciam sucos de frutas, mel e rosas de qualquer cor.
7. Falange do Caboclo Urubatã São os mais velhos, sábios e conhecedores da mata. Há poucos médiuns que os incorporam. Trabalham nas colinas floridas, pois se ligam à vibração de Oxalá. Nas suas oferendas vão muito mel e flores brancas. Sua vela inclui a cor branca, sendo a única falange que recebe outra cor, além do verde.

2ª. LINHA: XANGÔ


2ª. LINHA: XANGÔ

1. Falange de Xangô Caô Dominam a sabedoria adquirida com o tempo, atuando nas pedreiras abertas. Sua cor é o marrom-escuro. É conhecido também como Xangô Velho.
2. Falange de Xangô Alafim (ou Alafim-Echê) Seu nome vem do título dado ao rei de Oyó, na África. Defendem a pureza moral, atuando nas pedras solitárias dos caminhos. Suas cores são marrom e branca.
3. Falange de Xangô Alufã O Xangô “Sacerdote”, determina as diretrizes dos desencarnados, atuando nas pedras dos rios, mares, cachoeiras e todas as águas, daí ser o protetor dos pescadores. Suas velas são o marrom e o branco.
4. Falange de Xangô Agodô Seu nome significa “Grandeza”, atuando nas pedras mergulhadas nas águas de toda a espécie, inclusive nas “pedras iniciáticas e na pedra batismal”.
5. Falange de Xangô Abomi (ou Abomim) “Aquele que derrama água de uma vasilha” ou “Aquele que Batiza”, muitas vezes é sincretizado com São João Batista, talvez devido ao seu nome. Trabalha nas montanhas, nas cordilheiras, protegendo nos momentos de angústia, nas horas de aflições e perdas, inclusive no casamento. Sua cor é o marrom e, nos casos de amor, oferece-se junto uma vela para Iemanjá.
6. Falange de Xangô Aganjú É um Xangô jovem, vibrando nas linhas de Xangô e Oxum, trabalhando nas pedras da cachoeira. Traz harmonia entre as forças de amor e justiça. Suas cores são o branco e o marrom.
7. Falange de Xangô Djacutá Seu nome significa “pedra”, dominando a força de Xangô no meteorito e nos raios, sendo muito invocado nas injustiças que conduzem a aflições, defendendo as vítimas desses abusos. Suas cores são o branco e o marrom.

1ª linha de Ogum


1ª. LINHA: OGUM Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execução e cobrança do carma de cada indivíduo ou grupo, daí serem soldados.
1. Falange de Ogum Beira-Mar Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-clara.
2. Falange de Ogum Rompe-Mato Ogum Rompe-Mato trabalha para Oxóssi (Ode) e Ossãe, nas matas. Ogum das Pedreiras trabalha para Xangô, nas pedreiras. Em ambos os casos, é a mesma falange que trabalha para os dois Orixás, com nomes diferentes. Rompe-Mato aceita suas oferendas na entrada da mata, nas cores verde, vermelha e branca, sendo a vela vermelha. Ogum das Pedreiras aceita suas oferendas em torno das pedreiras, nas cores verde e vermelha (misturadas geram o marrom), com velas nas mesmas cores.
3. Falange de Ogum Megê É colaborador de Iansã; seu nome significa “Sete”. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas. Toda sua oferenda será em vermelho e branco, próxima ao cruzeiro do cemitério (calunga pequena).
4. Falange de Ogum Naruê Seu nome significa “Aquele que é o primeiro a gerar valor”. Trabalhando diretamente na Linha das Almas, desmanchando a magia negra, controla as almas quibandeiras. Aceita suas oferendas com Ogum Megê ou, ainda, dentro ou fora dos cemitérios, nas cores branca e vermelha. Alguns incluem uma pedra-ímã nos itens a oferecer-lhe.
5. Falange de Ogum Matinata Com poucos médiuns que o incorporam, sua falange protege os campos de Oxalá, os locais abertos, floridos e iluminados. Mas não trabalha directamente para esse Orixá. Aceita suas oferendas nos campos floridos, nas cores vermelha e branca.
6. Falange de Ogum Iara Seu nome significa “Senhor”, trabalhando para Oxum. Suas oferendas deverão ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.
7. Falange de Ogum Delê (ou de Lei) “Aquele que Toca o Solo”; como seu nome significa, é uma falange que vibra na linha pura de Ogum. São eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.

As 7 lagrimas de um Preto Velho



      No cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo, um triste
PretoVelho chorava.
De olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam lhe pelas faces e, não sei porquê contei-as... foram sete.
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o:
Fala, meu Preto Velho, diz ao seu filho o porquê externas assim uma tão visível dor?
E ele,suavemente respondeu:
-"Estás vendo esta multidão de pessoas que entra e sai?As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas... 
A Primeira eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distracção, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não conseguem conceber.
A segunda a estes eternos duvidosos que acreditam desacreditando, na expectativa de um milagre que os faça alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança desejando sempre prejudicar a um seu semelhante. 
A quarta aos frios e calculistas que sabem que existem uma força espiritual e procuram beneficiarse dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta chega suave,tem o riso e elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo.
A sexta eu dei aos fúteis que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam
aconchegos e conchavos e teus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás, fiz doação desta aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro, em dia de festa e faltam às doutrinas, esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e
espiritual.
E assim meu filho, para estes todos é que viste minhas lágrimas caírem uma a uma.



Em 15 de novembro de 1908, compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos de tradicional família fluminense.  Chamava-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se, no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar.  Sua recuperação inesperada por um espírito causara enorme supressa.  Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível.  A família atendeu, então, à sugestão de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
        Zélio foi convidado a participar da Mesa. Zélio sentiu-se deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores.  E causou logo um pequeno tumulto.  Sem saber por que, em dado momento, ele disse: "Falta uma flor nesta casa: vou buscá-la".  E, apesar da advertência de que não poderia afastar-se, levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma flor que colocou no centro da mesa.  Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de índios e escravos.  O dirigente advertiu-os para que se retirassem.  Nesse momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria voz indagar por que não eram aceitas as mensagens dos negros e dos índios e se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam.  Essa observação suscitou  quase um tumulto.  Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar o espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura.  Afinal um dos videntes pediu que a entidade se identificasse, já que lhe aparecia envolta numa aura de luz.
        Se querem um nome - respondeu Zélio inteiramente mediunizado - que seja este: eu sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque para mim não haverá caminhos fechados.
        E, prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do Astral.  No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para fundar um templo, que simbolizasse a verdadeira igualdade que deve existir entre encarnados e desencarnados.
        Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa.
        No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium, na Rua Floriano Peixoto, 30 em Neves, bairro de Niterói, a entidade manifestou-se pontualmente no horário previsto - 20 horas.
        Ali se encontravam quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos e incrédulos, e grande número de desconhecidos que ninguém poderia dizer como haviam tomado conhecimento do ocorrido.  Alguns aleijados aproximaram-se da entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados.  Foi essa uma das primeira provas da presença de uma força superior.
        Nessa reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto, cuja prática seria denominada "sessão" e se realizaria à noite, das 20 às 22 horas, para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de obsedados.  O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido simples.  Não se permitiria retribuições financeiras pelo atendimento ou pelos trabalhos realizados.  Os cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de palmas ritmadas.
        A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA, e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: "assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição".
        Através de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio, para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo.  E foi ele quem ditou este ponto, hoje cantado no Brasil inteiro: "Chegou, chegou, chegou com Deus, Chegou, chegou, o Caboclo das sete Encruzilhadas".
        A partir desta data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta de enfermos, crentes, descrentes e curiosos. 
  • Os enfermos eram curados; 
  • os descrentes assistiam as provas irrefutáveis; 
  • os curiosos constatavam a presença de uma força superior; 
  • e os crentes aumentavam dia a dia.  

        Cinco anos mais tarde, manifestou-se o Orixá Malé, exclusivamente para a cura de obsedados e o combate aos trabalhos de magia negra.
        Passados dez anos, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a Segunda etapa de sua missão: a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da UMBANDA.
        A Tenda da Piedade trabalha ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos próprios médicos, que recorriam a Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E o Caboclo indicava, nas relações que lhe apresentavam com nome dos enfermos, os que poderia curar: 
  • eram os obsedados, portadores de moléstias de origem psíquica; 
  • os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los. 
        Zélio de Moraes, já então casado, por determinação da entidade, recolhia os enfermos mais necessitados em sua residência, até o término do tratamento astral. E muitas vezes, as filhas, Zélia e Zilmeia, crianças ainda, cediam o seu aposento e dormiam em esteiras, para que os doentes fixassem bem acomodados.
        Nas reuniões de estudo que se realizavam às quintas-feiras , a entidade preparava os médiuns que seriam indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se, as Tendas
  • Nossa Senhora da Guia - Pres. Leal de Souza, cerca de 1918, 
  • Nossa Senhora da Conceição,
  • Santa Bárbara - Pres. João Salgado,
  • São Pedro - Pres. José Mendes,
  • Oxalá - Pres. Paulo Lavois,
  • São Jorge - Guia Espiritual Ogum de Tibiri, Médium João Severino Ramos, fundada em 1935  
  • São Jerônimo - Pres. José Álvares Pessoa, após 1935.  

Sincretismo Umbanda

O Sincretismo na Umbanda remonta ao tempo da escravatura no Brasil.
Os negros escravos queriam manter suas raízes religiosas, seus costumes e tradições, porém eram cerceados em suas intenções, pelos Senhores que não viam com bons olhos, todo e qualquer movimento tradicional e religioso em suas senzalas, punindo inclusive seus escravos com açoites, grilhões e outros artifícios para desencorajá-los das práticas de seus rituais recebidos de seus ancestrais nas terras de África de onde tinham sido aprisionados por grupos escravistas, encerrados em porões de navios, em péssimas condições, como era normal naquela época e vendidos como escravos, aqui no Brasil.
Foi quando surgiu nestas paragens a Cia. de Jesus (jesuítas) comandados por Padre Manoel da Nóbrega, tendo entre seus integrantes o Padre José de Anchieta e outros mais, que aqui vieram com o intuito de evangelizar os negros e índios escravos.
Por sugestão dos Jesuítas, os escravos optaram por colocar em seus Pegís, imagens e ícones católicos, com o fito de que os Senhores parassem com os castigos desnecessários. Como os ditos escravos pertenciam a várias tribos com rituais diferentes, começaram a surgir Pegís das diversas facções ou tribos originando assim uma gama extensa de sincretismo religioso.
Os mais empregados até hoje em determinados terreiros de Umbanda são os seguintes:

Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.

Ogum - São Jorge

Oxossi - São Sebastião;

Oxum - Nossa Senhora da Conceição; Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes; Nossa Senhora da Conceição; Nossa Senhora da Glória

Exu - Santo Antonio

Iansã - Santa Bárbara;
Xangô - São Jerônimo

Nanã-Santa Ana
Omulu-São Lazaro




Anatomia de um medium 

Os Exus são minhas pernas. Ajudando-me a caminhar rumo à evolução. Cada encruzilhada é um desafio. Posso tropeçar e até cair, mas nunca me desviar do caminho, pois são Eles que me conduzem.

Os Baianos são meus braços. Com sua força e resistência me ajudando a suportar o peso das adversidades da vida. Nos momentos de luta, meus braços implacáveis, nos momentos de paz são só carinhos.
O Caboclo é meu peito; meu coração. Com sua coragem nunca recuo de meus inimigos. Posso até sentir medo das mudanças, mas nunca desistir de meus objetivos.


O Preto Velho é minha cabeça; meu cerebro. Com sua sabedoria entendo que as cosias da matéria são passageiras. Com sua paciência compreendo e respeito as diferenças de meu irmão, pois somos uma grande corrente universal, e ele depende de mim tanto quanto eu dependo dele. Com sua inocência e pureza atinjo a plenitude, pois "são delas o Reino dos Céus".
Os mistérios do saber se encerram em meu intímo, pois sou o Verbo que se fez carne. Sou a Umbanda. A Umbanda sou eu!


Conceitos da Umbanda


I - Existe um Deus único e superior. Ele é a fonte universal criadora, o principio e o fim, o alfa e o ômega. A partir dele surgem as demais divindades, que obviamente subordinam-se a ele. Nesse nível, existem Anjos, Orixás, e os Guias que habitam o mundo espiritual.

II - Os Orixás são divindades que estão pouco abaixo do Deus Supremo, representam elementos da natureza e interagem com os seres humanos no intuito de manter a evolução de cada indivíduo e sua relação com o planeta em que vivemos. Eles possuem traços de personalidade e orientam trabalhos na Umbanda. A partir deles é que surgem as sete linhas da Umbanda.

II - Os Orixás são divindades que estão pouco abaixo do Deus Supremo, representam elementos da natureza e interagem com os seres humanos no intuito de manter a evolução de cada indivíduo e sua relação com o planeta em que vivemos. Eles possuem traços de personalidade e orientam trabalhos na Umbanda. A partir deles é que surgem as sete linhas da Umbanda.
IV - Os guias e entidades são espíritos que visam cumprir determinada missão espiritual. Entretanto, entre os guias e entidades há aqueles de menor ou maior grau de evolução espiritual, pois no processo espiritualista, dar algo sem receber desequilibra a balança energética.

V - Há ainda espíritos que podem atuar no plano físico, apesar de desencarnados, de maneira positiva, ajudando guias e entidades, espalhando energias positivas ou de maneira negativa, sugando energias, causando discórdia e vícios

VI - Os adeptos da Umbanda acreditam na reencarnação. Para se atingir o equilíbrio do corpo, da mente e do espírito, são necessárias várias existências.

VII – Para entender karma e darma é necessário entender a reencarnação, pois ela rege o equilíbrio entre as ações e as reações que cada pessoa gera enquanto evolui. Se plantamos o mal, colhemos o mal; se plantamos os vícios, colhemos os vícios.
VIII - Quem pratica a Umbanda crê na mediunidade em todas as formas (vidência, clarividência, incorporação, psicografia, e outros) para interagir com o mundo espiritual buscando sua integração.

IX - Na Umbanda, a evolução material caminha lado a lado com a espiritual. O plano físico funciona como aprendizado e o espiritual como integração com Deus.
X - Os Umbandistas crêem em conceitos de manifestação que podem ser resumidos em quatro palavras: amor, humildade, caridade e fé.